O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).
Pelo fato de ser de difícil detecção e ter comportamento agressivo, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença.
Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), os casos de câncer de pâncreas aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa no sexo masculino.
Os sinais e sintomas mais comuns do câncer de pâncreas são:
Fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal, urina escura, olhos e pele de cor amarela, náuseas e dores nas costas. Essa variedade de sinais e sintomas não são específicos do câncer de pâncreas, e esse é um dos fatores que colabora para o diagnóstico tardio da doença. Vale chamar atenção para o diabetes, que tanto pode ser um fator de risco para o câncer de pâncreas, como uma manifestação clínica que antecede o diagnóstico da neoplasia. Assim, o surgimento recente de diabetes em adultos pode ser uma eventual antecipação do diagnóstico do câncer pancreático. Estudos revelam que nos pacientes com câncer de pâncreas e diabetes, o diagnóstico do diabetes ocorre dentro dos 24 meses anteriores ao diagnóstico da neoplasia entre 74% a 88% dos pacientes
A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pâncreas traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
Não existe sinal ou sintoma cuja presença seja sinônimo do diagnóstico de câncer de pâncreas. Exames de imagem, como ultrassonografia (convencional ou endoscópica), tomografia computadorizada, e ressonância magnética são métodos utilizados no processo diagnóstico. Além deles, os exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno carbohidrato Ca 19.9, podem auxiliar no raciocínio diagnóstico. O laudo histopatológico, obtido após biópsia de material ou da peça cirúrgica define o diagnóstico da neoplasia
O tratamento a ser realizado depende do laudo histopatológico (o tipo de tumor), da avaliação clínica do paciente e dos exames, laboratoriais e de estadiamento. O estado geral em que o paciente se encontra no momento do diagnóstico é fundamental no processo de definição terapêutica. A cirurgia, único método capaz de oferecer chance curativa, é possível em uma minoria dos casos, pelo fato de, na maioria das vezes, o diagnóstico ser feito em fase avançada da doença. Nos casos em que a cirurgia não seja apropriada, a radioterapia e a quimioterapia são as formas de tratamento, associadas a todo o suporte necessário para minimizar os transtornos gerados pela doença. Desta forma, dor, depressão, falta de ar ou qualquer outra manifestação deve ser objeto da atenção da equipe de cuidado.
FONTE: Instituto Nacional do Câncer cirurgia de câncer no pâncreas cirurgia de pâncreas
especialista em câncer de pâncreas
O tratamento do câncer de pâncreas é desafiador e requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo oncologistas, cirurgiões, radioterapeutas, nutricionistas e outros especialistas. A escolha do tratamento depende de diversos fatores, incluindo o estágio da doença, a localização do tumor, a saúde geral do paciente e a presença de metástases.
1. Diagnóstico e Estadiamento
O câncer de pâncreas geralmente é diagnosticado em estágios avançados devido à ausência de sintomas específicos em fases iniciais. Exames como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), ultrassom endoscópico e PET-CT ajudam a determinar a extensão da doença. A biópsia confirma o diagnóstico, enquanto a classificação TNM auxilia no planejamento terapêutico.
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2. Opções de Tratamento
a. Cirurgia
A cirurgia é o único tratamento potencialmente curativo, mas é indicada principalmente para pacientes com tumores ressecáveis (em estágios iniciais, sem invasão de estruturas vitais ou metástases). Entre os principais procedimentos estão:
- Pancreatectomia Distal:** Remoção da cauda ou corpo do pâncreas.
- Duodenopancreatectomia (Procedimento de Whipple):** Remoção da cabeça do pâncreas, parte do estômago, duodeno, vesícula biliar e parte do ducto biliar.
- Pancreatectomia Total:** Retirada de todo o pâncreas, indicada em casos específicos.
b. Terapia Sistêmica
Pacientes com tumores localmente avançados ou metastáticos geralmente recebem quimioterapia como tratamento primário. Os principais esquemas incluem:
- FOLFIRINOX:Regime agressivo indicado para pacientes com boa performance.
- Gemcitabina, isolada ou em combinação com nab-paclitaxel: Alternativa para pacientes que não toleram o FOLFIRINOX.
c. Radioterapia
A radioterapia pode ser utilizada para reduzir tumores localmente avançados, permitindo cirurgia posterior, ou como tratamento paliativo para controle da dor e outros sintomas.
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3. Tratamento Paliativo
Nos casos em que o câncer não é passível de cura, o objetivo é melhorar a qualidade de vida do paciente. Isso inclui:
- Controle da dor com analgésicos.
- Colocação de stents para desobstrução das vias biliares ou intestino.
- Suporte nutricional e psicológico.
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4. Avanços e Terapias Inovadoras
Novas abordagens estão sendo estudadas, como imunoterapia, terapias-alvo e tratamentos baseados em genética personalizada, trazendo esperança para melhorar os desfechos do câncer de pâncreas.
5. Importância do Diagnóstico Precoce
Embora o câncer de pâncreas tenha prognóstico reservado, o diagnóstico precoce e o tratamento em centros especializados podem aumentar significativamente a sobrevida e a qualidade de vida do paciente. Consultas regulares e atenção aos fatores de risco, como histórico familiar e pancreatite crônica, são essenciais.
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